Pense rápido: tradicionalmente, qual é o programa da televisão brasileira de maior alcance e influência na moda e comportamento do país? Se pensou nas novelas,  você acertou! Para ter-se uma ideia do quanto a população gosta deste tipo de narrativa, o atual folhetim das 21h da Globo, O Outro Lado do Paraíso, tem batido os 40 pontos (cada ponto equivale a 72 mil domicílios) de média no Ibope - mesmo índice de Avenida Brasil, maior sucesso da emissora nos últimos anos. Com tamanha expressividade, o programa torna-se uma verdadeira vitrine, atraindo marcas que visam estar dentro dos lares brasileiros diariamente. Uma cooperativa de Xambioá, no Tocantins, chamada Xambiart, atingiu tal feito. Desde o primeiro capítulo, as suas biojoias, feitas a partir de sementes nativas (açaí, buriti, babaçu e outros), adornam uma das principais personagens da trama.

Em uma breve conversa com Marivalda Borges, artesã da cooperativa, o Instituto Votorantim revela um pouco dessa trajetória que já contou com o investimento social do Programa ReDes. Confira:

iV: Conte-nos um pouco sobre a Xambiart:

MB: A Cooperativa surgiu em 2012, a partir da Associação de Moradores do Alto Bonito, extremo norte do Estado. Em 2014, recebemos um investimento social do Programa ReDes (que envolve a Votorantim Cimentos, Instituto Votorantim e BNDES) que nos permitiu o desenvolvimento do projeto de comercialização de biojoias. De lá para cá, aconteceram muitas coisas positivas. Fomos reconhecidos pelo BNDES com um prêmio por boas práticas em economia solidária, construímos nossa sede, adquirimos maquinário e nos aproximamos do poder público.

Atualmente, a cooperativa é composta por 20 pessoas (16 mulheres e 4 homens),  porém, quando há demanda, também contamos com o apoio dos próprios familiares, que atuam como voluntários.

Aqui, nosso principal objetivo é melhorar a vida de mulheres em vulnerabilidade social e financeira, e exaltar a riqueza de nossa terra por meio de suas matérias-primas, arte e criatividade. Para isso, desenvolvemos parcerias com Secretarias, escolas municipais e estaduais e empresas privadas.  

iV: Como a Xambiart chegou à novela?

MB: Os produtos  chegaram na novela por meio de nosso secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Alexandro de Castro Silva, e de uma produtora da Rede Globo, chamada Eva Pereira, que adquiriram algumas peças e encaminharam para análise. Deu certo. Estamos extremamente gratos por esta conquista que nos permite levar para o Brasil e o mundo um pouquinho do talento e criatividade das artesãs do extremo norte do Tocantins.

 

iV: Quais são os produtos comercializados?

MB: Biojoias, souvenirs e utilitários domésticos. As peças são produzidas com sementes, cascas, fibras, madeira reutilizada e cocos.

iV: O que podemos esperar de novidade?

MB: A cooperativa passa constantemente por cursos como: gestão, beneficiamento de sementes e design em biojoias e produtos. O mais recente deles aconteceu no mês de dezembro, cuja coleção será lançada em breve, tendo criações exclusivas de nossas artesãs.

iV: Quais são os desafios atuais?

MB: Precisamos melhorar a nossa divulgação, para assim atingirmos mais rendimentos em comercialização de peças.