Pensando em diminuir os impactos negativos de décadas de história de exploração e uso indevido dos recursos naturais e ajudar a construir um mundo melhor e mais sustentável, diversas empresas e corporações decidiram tornar seus negócios cada vez mais ecológicos, com atitudes, muitas vezes, simples, mas que fazem toda a diferença.

É o caso da Ceiba, uma Associação de Produtores da Agricultura Familiar do Assentamento Caeté, no município de Diamantino, no Mato Grosso. O nome já explica o compromisso do grupo com a natureza: é uma homenagem à árvore paineira barriguda – cujo nome científico é Ceiba speciosa –, encontrada em abundância na flora brasileira.

Constituída, formalmente, há 4 anos, a associação surgiu da convergência de interesses das famílias assentadas no PA Caeté de Diamantino/MT em desenvolver o sistema de policultura (cultivos variados em pequenas áreas), utilizando práticas agroecológicas.

A produção é totalmente “limpa”, utilizando banco de sementes selecionadas, catalogadas e de boa procedência e a manutenção da lavoura é sem defensivos agrícolas, ou seja, agrotóxicos. Os produtores utilizam adubos orgânicos, biodigestor para produção de gás, entre outras práticas que não interferem e/ou agridem a natureza.

Dentre os principais produtos cultivados, estão hortaliças, frutas e legumes variados. O trabalho da Associação é de extrema importância para a região, não só por valorizar e priorizar os cultivos locais, trabalhar com recursos naturais, prezar pela preservação da natureza, fortalecer a agricultura familiar e realizar uma produção agroecológica sustentável, como também por ter a oportunidade de abastecer todas as escolas estaduais de Diamantino com mandioca descascada congelada e farinha de mandioca, como conseguiram fazer em 2018, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

A associação e o Programa ReDes

Ao todo, 15 famílias fazem parte da Associação Ceiba e, de acordo com Lusia Cristina Freitas de Souza, consultora de campo que acompanhou o desenvolvimento das metas físicas e financeiras do projeto, atualmente, o grupo todo está focado no plantio de mandioca para aproveitar as condições de solo e dar conta da demanda local, tanto para a comercialização in natura como para a produção e comercialização de farinha de mandioca, polvilho e goma de tapioca. “Estamos acompanhando as chamadas públicas para dar continuidade no abastecimento da merenda escolar em 2019, além da comercialização nas feiras livres e vendas por encomenda e nas propriedades.

Para auxiliar nessa missão, a associação conta com o Programa ReDes, uma parceria entre o Instituto Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio das empresas investidas da Votorantim, que visa contribuir com o desenvolvimento sustentável de municípios brasileiros.

Segundo Lusia, o Programa proporcionou uma melhora significativa para a associação. “O apoio do iV trouxe um ganho no exercício da produção e comercialização coletiva, equipando a Associação Ceiba com ferramentas de trabalho que otimizam o tempo do agricultor e, principalmente, na aquisição do sistema de irrigação por gotejamento, que será instalado em fevereiro deste ano, para garantir a regularidade da produção de hortaliças e legumes nos períodos de estiagem”.

Em relação aos principais avanços da associação nos últimos anos, Lusia destaca a formalização, o exercício das ações coletivas, o reconhecimento da Associação Ceiba no cenário local e as parcerias institucionais estabelecidas.

O suporte do iV e do Programa ReDes somado à competência e seriedade do grupo resultou em uma ótima notícia: 2018 foi o último ano dessa parceria, porque a Associação Ceiba alcançou a tão sonhada sustentabilidade dos seus negócios na região!