Euclidelândia é um pequeno distrito do município de Cantagalo, Região Serrana do Rio de Janeiro. O batismo é uma homenagem ao escritor Euclides da Cunha, nascido na região e renomado por sua obra “Os Sertões”. E é de lá o projeto Costurando o Futuro, da Associação de Costureiras de Euclidelândia (AME Costurar), que conta com apoio do Programa ReDes – iniciativa do Instituto Votorantim, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Votorantim Cimentos na localidade.

Há mais de 15 anos, as mulheres do bairro já se reuniam para oferecer serviços em corte e costura, mas, com a chegada do programa, foi possível pensar na atividade como um negócio. Atualmente, além da confecção de uniformes, as associadas também trabalham com customização de peças, artigos para decoração, bolsas e artesanato com técnicas como patchwork, que reutiliza retalhos de tecidos.

Tudo começou quando uma senhora chamada Rosane passou a reunir as mulheres do bairro na própria casa e ensinar técnicas de costura. Aos poucos, o número de costureiras foi crescendo. “Ela emprestava suas próprias máquinas e alguns aviamentos. Depois de passar tudo o que sabia, ela se mudou, mas nós continuamos costurando”, relembra Selma Costa Cesário, que começou no grupo de Dona Rosane e hoje é costureira e coordenadora do projeto.

Atualmente com sete associadas, seis costureiras e uma responsável pela administração, a entidade participa do ReDes desde 2013. Por meio do programa, foram feitos investimentos diretos para aquisição de 12 máquinas de costura, capital de giro, acessórios e aviamentos, além de cursos e capacitações. Para Selma, mais do que os equipamentos, a parceria trouxe conhecimento: “Hoje sabemos como controlar o dinheiro e formular o preço, e as meninas tornaram-se empreendedoras, entendendo o funcionamento do negócio como um todo”.

A coordenadora também destacou a formação e especialização em costura por meio do programa: “O curso de corte e costura foi fundamental, pois nos trouxe recursos técnicos que ainda não utilizávamos na produção”.

Por meio de um edital municipal, as costureiras também contam com auxílio da prefeitura, que arca com o aluguel da sede e as despesas com energia elétrica.

Para Bruna Rafaela Coelho Guedes Almeida, costureira da associação, os próximos passos são aumentar o número de clientes e a visibilidade da associação: “Muitas portas já foram abertas e há várias pessoas reconhecendo o nosso trabalho. Agora, queremos seguir avançando, aumentar nossa renda e deixar nossa marca no mercado de trabalho”.

Costura na Era Digital

Se a tradição oral e presencial foi responsável pelo nascimento da associação, a internet ajudou a divulgar os produtos para irem além de Euclidelândia. “As redes sociais têm aumentado não apenas as nossas vendas, mas também a divulgação da associação em si”, destacou Selma.

Com página no Facebook e um perfil no site de compras online Enjoei, as costureiras têm conseguido ultrapassar os limites de Cantagalo e recebem encomendas de todo o País. Além disso, também conseguem divulgar o trabalho para a população da região central da cidade: “Mais pessoas sabem que a confecção existe e nos veem como um grupo de mulheres empreendedoras que lutam por espaço e reconhecimento”, afirma Bruna.

Com a confecção de uniformes escolares no município, brindes e artigos de decoração, a expectativa é aumentar o número clientes e de associadas. “Nosso desejo era nos estabelecer no mercado de costura e sermos reconhecidas. Com a participação no Programa ReDes, hoje esses dois desejos estão se tornando realidade”, finaliza a coordenadora.

#TodosGanhamAutonomia
Em parceria com as empresas da Votorantim, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa ReDes tem por objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável. A ação integra o Eixo de Dinamismo Econômico do Instituto Votorantim. Acompanhe-nos também pelo Facebook, Twitter e YouTube.